Se você tem estômago fraco, e possui dificuldade em lidar com verdades e assuntos difíceis, sugiro que você pare essa leitura agora.
As próximas linhas, vão mexer com você. Você será convidada a ver questões sensíveis e observar situações delicadas. Alguns sentimentos como raiva, tristeza e frustação podem surgir.
Se você está disposta a continuar, esteja ciente que você ficará reflexiva após este texto.
Eu quero conversar com você algo sério. Bastante sério.
Você não está cansada?
Cansada de viver uma vida de merda?
Não existe uma outra palavra que possa descrever o que você vive hoje.
Uma vida “ruim”? Uma vida “dura”? Uma vida “triste”?
Vamos ver se você concorda comigo ou não:
Que tipo de vida é essa que quando você abre o iFood para pedir um lanche, você escolhe pelo preço e não pelo que você realmente quer comer?
Que tipo de vida é essa que você deseja trocar seu celular, mas quando tira um tempinho para pesquisar no google, desiste porque as parcelas ficarão apertadas no seu orçamento?
Que tipo de vida é essa que você não tem tempo ou dinheiro para ir a um bom salão e se sentir bem cuidada? Ter um momento para relaxar e ganhar mais energia...
Que tipo de vida é essa que você nem lembra qual foi a última vez que pode “desligar” do trabalho, pegar sua família e passar uns quatro dias descansando em um resort ou uma pousada legal?
Que tipo de vida é essa onde você tem que acordar cedo todos os dias, ir para um trabalho que não te valoriza, não te paga bem, mas é o trabalho que você tem hoje e que “paga as suas contas?”
Dá para dizer que essa é uma vida “ruim”, “dura”, “triste”?
“Ítala, mas é fácil você falar isso. Você tem dinheiro!”
Sim, é verdade. HOJE, neste momento, eu tenho dinheiro.
Mas nem sempre foi assim. Para quem me conhece a mais tempo sabe os perrengues que passei.
Eu já vivi uma vida de bosta. A mesma que você está vivendo.
Talvez até pior, com as arbitrariedades de um trabalho militar que não me permitiam nem os direitos humanos da CLT.
É revoltante. Eu, com meu temperando mais forte, colérica, fico para morrer. Chega a me doer o estômago.
Você não se revolta?
Eu não vou ser uma cretina e te dizer que “Não tem pobreza que resista a 14 horas de trabalho”.
Não é isso que estou dizendo e não é para você entender isso.
Se você está lendo esse texto, você não está na pobreza da frase acima.
Você tem um celular ou um computador – mesmo que sejam cansados. Tem acesso à internet, tem um trabalho, não está passando fome e tem capacidade e os meios parar melhorar a sua vida.
Esse texto não é para a dona Sônia, analfabeta funcional, que mora em um barraco de dois cômodos, nos fundos do terreno de uma familiar, ajuda como pode os filhos, cria os netos, tem que aguentar o marido violento e precisa pegar duas horas de lotação para ir e para voltar do seu trabalho que paga um salário-mínimo.
Não seja ignorante.Você não é a dona Sônia.
Esse texto é para você que seguiu uma educação formal acreditando que seria bem remunerada por seus currículos.
Essa mensagem é pra você que tem o seu trabalho, tem um teto sobre sua cabeça e não uma lona!
É pra você que NÃO passa fome. Tem acesso a cartão de crédito, gera seu dinheiro, mas não o suficiente para viver a vida que você SABE que pode viver.
Eu quero que você entenda uma coisa: só existem dois tipos de mulheres.
Existem as mulheres que vivem reclamando que a vida não é fácil. Que o marido é um peste; que o trabalho é ruim; que os preços das coisas só aumentam; que a culpa é do governo; e por aí vai.
A lista de reclamações não tem fim. E elas irão continuar reclamando e esperando que um milagre aconteça até que TUDO se resolva (o que NUNCA irá acontecer).
E existe o segundo grupo.
Nele estão aquelas que reconhecem que a vida não está boa. Elas estão cansadas, estão sem energia, querem desistir, choram, mas pensam: “OK. As coisas estão ruins, mas o que eu posso fazer para sair dessa situação? A quem posso pedir ajuda?”
Quem você é?
Essa não é uma resposta fácil de achar. E quando você encontra, às vezes dói.
Eu quero que você adote no seu dia a dia um tipo de pensamento: O tempo vai passar de qualquer forma.
Para mim, para você, para a Madona que quase morreu essa semana, para a pessoa mais rica do mundo e para quem quer que seja neste planetinha.
E a única certeza que temos nessa vida é que um dia nós iremos morrer.
PONTO.
E o que você vai fazer até o dia da sua morte?
Vai viver reclamando e esperando por um milagre, por um “príncipe encantado", talvez quem sabe ganhar na próxima mega sena da virada?
Ou vai reunir as forças que têm e buscar meios para ter uma vida melhor? Uma vida digna para você e sua família?
Eu, Ítala, prefiro a segunda opção...
Na verdade, eu sempre admiti que tenho apenas essa opção.
Ou o que? Tentar, aprender com meus erros, crescer, melhorar, ou o que?
Se você tiver ideias, vou adorar saber, porque eu não encontrei outra saída a não ser SEGUIR POR MIM.
Prefiro ter a certeza de que estou trabalhando naquilo que acredito, naquilo que eu quero para mim e para a minha família.
Às vezes, não é fácil. Não vou mentir pra você e nem te enganar que “tudo será flores”.
Isso é balela. Tem dias que são insuportáveis.
Mas e dai? Choro, descanso, recomeço. Ou o que?
Eu preciso seguir plantando.
Não que a semeadura seja a certeza da colheita. Mas sem semeadura é CERTO que não haverá colheira.
Eu não tenho outra opção.
Eu não nasci herdeira. Você não nasceu herdeira.
Então para nós, é isso ou o que?
Não vivemos num conto de fadas, nem no filme da Barbie...
Muita coisa está errada. Muita coisa dá errado. Muita coisa vai dar errado.
Eu fico cansada muitas vezes, me decepciono em outras. Mas continuo seguindo pelo caminho que eu acredito. Pois tenho consciência de que estou fazendo o que é possível com os meios que estão disponíveis para mim hoje.
Eu sei que você está cansada.
É uma merda ter que trabalhar em lugar ruim, ser assediada, pagar um preço que você não escolheu só por que nasceu mulher, pegar transporte público, lidar com pessoas tóxicas, resolver problema todo santo dia...
Mas o nome disso é viver. E a vida tem seus desafios e reveses.
Vou roubar as palavras que o Vinícius me disse outro dia enquanto estávamos jantando: “A vida não é só beber champagne em uma taça de cristal. Às vezes, ela é uma dose de corote em um copo de plástico.”
Eu avisei que esse não seria um texto fácil de ser lido.
Eu sei, são palavras duras. Verdades que mexem com nosso interior.
Mas são palavras necessárias que foram escritas com meu coração.
Apesar de todas as dificuldades, apesar de muitas vezes termos vontade de desistir, o futuro é próspero. Eu sei que você também sente isso.
Essa prosperidade está disponível para mim, para você, para todas nós.
Ela está lá te esperando. Por amor a você, decida ir até ela.
Você não precisa caminhar sozinha. Estou aqui para ir com você.